quarta-feira, 26 de outubro de 2011

“É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se realizou, perder a fé em todas as orações porque em uma não foi atendido, desistir de todos os esforços porque um deles fracassou. É loucura condenar todas as amizades porque uma te traiu, descrer de todo amor porque um deles te foi infiel. É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo. Espero que na tua caminhada não cometas estas loucuras. Lembrando que sempre há uma outra chance, uma outra amizade, um outro amor, uma nova força. Para todo fim, um recomeço.”
- Saint-Exupéry.


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O que restou de mim

Te amar me fez feliz por um tempo
Até você jogar tudo contra o vento
Me fez acreditar em toda aquela ilusão
Eu te amei com todo o meu coração

Hoje em dia te ver me dói na alma
Eu tenho que ficar pedindo a Deus calma
Para não desabar a chorar tudo de uma vez
Eu não merecia nada do que você me fez

Agora o que resta de mim são pedaços
Desatar os nós de todos os nossos laços
Encontrar a felicidade que eu tanto desejo
Encarar a vida do jeito que eu vejo

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Quote from 'Alice in wonderland'

Alice: From the moment I fell down that rabbit hole I've been told what I must do and who I must be. I've been shrunk, stretched, scratched, and stuffed into a teapot. I've been accused of being Alice and of not being Alice but this is my dream. I'll decide where it goes from here.
Bayard: If you diverge from the path...
Alice: I make the path!

sábado, 8 de outubro de 2011

É assim que o amor deve ser.

Eu ando pensando muito no que é o amor e eu sei que não tem uma resposta universal para isso, pois cada um ama de um jeito, mas para mim o amor deve ser como o que andam postando por aí no faceboook, que o John Lennon falou sobre viver sem a Yoko. Eis o que ele diz:

Perguntaram a John Lennon:
- Por que você não pode ficar sozinho, sem a Yoko?
ele respondeu:
- Eu posso, mas não quero. Não existe razão no mundo porque eu devesse ficar sem ela. Não existe nada mais importante do que o nosso relacionamento, nada. E nós curtimos estar juntos o tempo todo. Nós dois poderíamos sobreviver separados, mas pra quê? Eu não vou sacrificar o amor, o verdadeiro amor, por nenhuma piranha, nenhum amigo e nenhum negócio, porque no fim você acaba ficando sozinho à noite. Nenhum de nós quer isto, e não adianta encher a cama de transa, isso não funciona. Eu não quero ser um libertino. É como eu digo na música, eu já passei por tudo isso, e nada funciona melhor do que ter alguém que você ame te abraçando.




sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Idealização do outro

Uma coisa que eu aprendi recentemente foi que as pessoas sempre idealizam o outro nos seus relacionamentos. Obviamente a minha descoberta não é nenhuma novidade para o mundo, mas para mim é. É estranho gostar de alguém de quem eu, na verdade, não sei se gosto mesmo. Será que eu gosto do que eu idealizei ou eu gosto da pessoa como ela é? E como lidar com isso?
Pelo o que eu li em alguns sites, a idealização da pessoa é algum bom até certo ponto. No meu caso não foi bom em parte nenhuma. O que eu faço com a idealização da pessoa, que nada tem a ver com o que a pessoa é de verdade? Eu simplesmente jogo no lixo? Esqueço?
Eu estou começando a achar que eu não amo essa pessoa. Não amo nada nessa pessoa. Eu simplesmente não concordo com nada que essa pessoa fala, eu não concordo com o jeito que ela vive, eu não concordo com as ações dela. Mas apesar disso, eu gosto de estar ao lado dessas pessoa.
Eu ainda não sei o que fazer com tudo isso....

Idealização do outro

Uma coisa que eu aprendi recentemente foi que as pessoas sempre idealizam o outro nos seus relacionamentos. Obviamente a minha descoberta não é nenhuma novidade para o mundo, mas para mim é. É estranho gostar de alguém de quem eu, na verdade, não sei se gosto mesmo. Será que eu gosto do que eu idealizei ou eu gosto da pessoa como ela é? E como lidar com isso?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

mais forte do que nunca

Toda vez que eu sinto o meu coração bater, eu sinto uma dor inexplicável. É uma dor invisível aos olhos, mas visível à alma.
Meus sonhos se tornaram uma ilusão, mas eu sei que nada foi em vão.
Dizem que a decepção te torna mais forte. Então, hoje em dia eu sou mais forte do que nunca.
Que venha a turbulência, o desespero, a raiva e a desgraça. Eu estou pronta para encará-los do jeito que for.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Com o tempo...

Com o tempo eu vou provar que eu sou o que você sempre sonhou.
Com o tempo eu vou mostrar assim que o seu lugar é perto de mim
Com o tempo, como o perfume de uma flor, eu vou onde quer que você for
E meu coração só sabe te querer
Eu acho que é porque você é o que eu sempre quis ter
Então vem, porque o meu amor é de verdade.
Com o tempo eu vou mostrar que vai durar por toda a eternidade.

Por Jéssica

sábado, 18 de junho de 2011

Uma música que marcou minha vida.

Eu resolvi postar no meu blog uma música que marcou a minha vida. Ela me conecta ao passado, me traz boas recordações. Tristes, mas boas. Eu fecho os olhos e me vejo no colo do meu pai dançando essa música repetitivamente até eu adormecer. Aquele homem que chegava em casa as 23h e ainda dava atenção para as filhas. Deus me abençoou com os melhores pais que eu poderia ter na face da terra e não existe ninguém melhor do que eles, pelo menos não para mim. Aquele homem alto, calmo, bondoso, inteligente, médico que não aparentava solitário, mas que eu tenho certeza que se existisse alguém no mundo que entenderia pelo o que eu passo todos os dias, essa pessoa seria ele. Eu tive a oportunidade de conviver durante 6 anos com ele e com certeza foram os melhores 6 anos de toda a minha vida. E esse amor que eu sinto por ele jamais irá acabar. Meu super-herói. Meu pai.


Duran Duran- Matter of feeling
How does it feel
When everyone surrounds you?
How do you deal 
Do crowds make you feel lonely?

What do you say?
When people come and try to pin you down?
Aquaintainces smile 
But that's no understanding

How after a while 
You keep falling off the same mountain
Try to explain it 
But nothing really gets them that high

Steal away in the morning 
Love's already history to you
It's a habit you're forming 
This body's desperate for something new

Just a matter of feeling 
This moment's madness is sure to pass
And tears will dry as you're leaving 
Who knows you might find something to last

Emotion's a game 
Saved up for a rainy Monday
But you laught just the same 
'Cause it's been pouring on Sunday

Call up your numbers 
And never let the zeros bring you down
How does it feel? 
Is time too heavy to hold?

Whatever you decide 
For the moment is holy
Whenever you slow down 
To see life is passing by

Steal away in the morning 
Love's alredy history to you
It's a habit you're forming 
This body's desperate for something new

Just a matter of feeling 
This moment's madness is sure to past
And tears will dry as your're leaving 
Who knows you might find something to last

You can steal away in the morning 
Love's already history to you
It's a habit you're forming 
This body's desperate for something new

Just a matter of feeling 
This moment's madness is sure to pass
And tears will dry as you're leaving 
Who knows you might find something to last

A matter of feeling
A matter of feeling
(He comes to steal the world)
A matter of feeling
(He comes and steal the world)
A matter of feeling
(He comes and taste the blood)
A matter of feeling


Por Jéssica

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pesadelo sangrento

Ela deu sinal para o ônibus parar. O ônibus parou. Era o mesmo ônibus que ela pegava todos os dias. O motorista e o cobrador já a conheciam. Ela subiu as escadas do ônibus, desejou boa noite ao motorista que retribuiu com um olhar e um sorriso. Deu mais sete passos até chegar à catraca. Desejou boa noite ao cobrador que retribuiu animado.
-Boa noite, Dona Jaqueline!
 Ela deu a ele o dinheiro da passagem, atravessou pela catraca e sentou-se na primeira poltrona que viu vaga. Já eram nove da noite. Estava frio. Ela ficou observando a rua, os carros em movimento, os pedestres caminhando para direções que ela não sabia.
Foi um dia longo de trabalho. Ela sentia seus olhos pesados e lutou para que eles não se fechassem, mas no fim o sono ganhou e ela adormeceu.
Quando se deu conta, ela estava em casa. O telefone tocou e ela atendeu. Era William dizendo que estava a caminho da casa dela. Em um relance, ele já estava na casa dela, sentado no sofá. Ela perguntou para ele se ele queria algo para beber. Ele disse que queria vodca com gelo e limão. 
Enquanto estava na cozinha, preparando a bebida, abriu uma gaveta e encontrou um revolver. Pegou a arma, colocou no bolso de sua jaqueta e foi até a sala, levando a bebida que ele pediu. 
Tudo estava muito estranho e nada fazia muito sentido naquilo tudo. Ele estava com um sorriso irônico nos lábios. Ele falou sobre ir morar na Jamaica e fazer uma plantação de maconha e fuma-la em paz. Curtir a vida, pois ela era muito curta para se preocupar com as coisas que o capitalismo impõem para a sociedade. E ela falava de suas tristezas mais profundas, de como a multidão de pessoas a fazia se sentir sozinha. De como ela sentia uma estranha raiva que logo se tornava em tristeza. Vontade de morrer. Vontade de matar. 
Ela se viu em pé, apontando a arma para William. Ele continuou com o sorriso irônico nos lábios.
Ela dizia coisas sem nexo. Namoro fracassado, ilusão, você nunca me amou, caminhar de mão juntas, não alcanço a felicidade que mereço.Insonia. Algodão doce, palhaços, fracassos... E começou a chorar enquanto falava.
O sorriso irônico desapareceu dos lábios de William. Ele se levantou do sofá para ir em direção a porta. Ela o empurrou de novo para o sofá. Ele olhou bem no fundo dos olhos dela e disse: 
-Eu te amei como ninguém jamais irá te amar, mas hoje em dia, se existe alguém que eu não suporto, essa pessoa é você. 
Assim que ele terminou a frase, Jaqueline apertou o gatilho da arma. William começou a sangrar. Jaqueline jogou a arma no chão, perto do sofá e virou de costas para ele.
-Ei, Jaqueline! 
Ela se virou e viu William sangrando com a arma na mão. Ouviu o disparo. Caiu no chão sangrando. Não sentia dor. Pela primeira vez não sentia nada. Nem angustias, nem dor, nem tristeza, nem alegria. Não sentia emoção nenhuma. Para qualquer lugar que olhasse, ela só via sangue. Ela fechou os olhos e tudo ficou escuro.
De longe, ela começou a ouvir uma voz.
-Moça! Moça! Moça! 
Quando abriu os olhos estava sentada dentro do ônibus em movimento. O cobrador olhava para ela e disse:
-Seu ponto é o próximo.A senhora está bem? Parece estar assustada. Teve um pesadelo, foi?
Jaqueline realmente estava com os olhos arregalados e sentiu um grande alivio quando percebeu que aquilo era apenas um sonho.
-Estou bem, obrigada.
O ônibus parou e ela desceu do ônibus e foi andando até sua casa. Aquele frio era de cortar a pele. Enquanto caminhava, ela foi pensando sobre o sonho que teve, Foi tão real. 
Quando chegou em casa, abriu a bolsa e pegou a chave da porta. Abriu a porta. Quando olhou para o chão tinha uma carta para ela. Era de William. Abriu o envelope e só havia uma frase escrita na folha.
"Eu te amei como ninguém jamais irá te amar, mas hoje em dia, se existe alguém que eu não suporto, essa pessoa é você."
Amassou o papel e jogou no lixo. Ela foi para o quarto se deitar e ficou pensando que muitas pessoas  sabem como é se sentir amada, inclusive ela. Entretanto, poucas devem saber como é o sentimento de ser odiada e ela era uma dessas pessoas. Logo ela que não tinha sentimentos maus por ninguém. E começou a cantar bem baixinho uma musica de John Lennon.

"Imagine all the people Living life in peace.
You may say I'm dreamer 
But I'm not the only one.
I hope some day you'll join us
And the world will be as one."

Nenhum sentimento mau veio a cabeça dela nunca mais na vida dela. E aqueles que a desejavam mal, ela desejava o bem em dobro. 
Paz!

Por Jéssica

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O telefonema

Era uma fria tarde de outono. Karina acendeu um cigarro e ficou olhando a rua movimentada da varanda de seu apartamento. Assim que apagou a butuca, ouviu o telefone tocar. Foi atendê-lo.

-Alô.
-Karina?
-Ela mesma.
-Oi, é a Katherine.
-Oi Kath, tudo bem?
-Tudo e com você?
-Tudo bem também.
-E aí, o que você me conta de novo?
-Eu? Nada, Kath e você?
-Nada demais. Está chovendo muito por aqui, Está em greve de ônibus, por isso não fui á faculdade hoje e o namorado australiano de Marília está aqui em Curitiba.
-Fiquei sabendo dessa história. Você está de olho em alguém? Algum pretendente de Curitiba ou daqui de São Paulo?
-Eu não. Está fraco o negócio.

Katherine deu risadas.

-Tia Wendy falou que você tinha. Um aqui e outro aí.
-Jamais, Karina.
-O daqui eu imaginei que fosse o Oliveira.
-Nossa, bem que eu queria que o Oliveira fosse meu paquera.
-E não é?
-Não.
-Por que não? Poderia ser.
-Ah! Ainda não poderia. Quem sabe quando eu terminar a faculdade e voltar para São Paulo.
-Mas é por isso que poderia ser só um paquerinha, por enquanto.
-É complicado, não dá certo. Você parou de falar com aquele seu amigo, João?
-Não, por que?
-Nunca mais ouvi notícias dele. Achei que você tivesse parado de falar com ele. E por que você anda tão triste ultimamente? Ouvi falar que não sai mais de casa e tal...
-Eu tenho brigado muito com a mamãe. Ela joga os meus fracassos na minha cara. Eu me sinto péssima.
- Ah, Karina, vocês vivem jogando as coisas uma na cara da outra. Se ela guardasse todas as coisas que você já jogou na cara dela, ela não seria a pessoa que é hoje.
-Ela guarda, Katherine. Um dia, ela ficou bêbada aqui em casa e eu tive que cuidar dela e ela ficou falando das magoas dela, ficou pedindo desculpas por ser uma mãe ruim, ficou pedindo para eu não abandoná-la, porque eu sou a razão da vida dela, eu e você, e ficou chorando.
-Então...
-Ela tem muito medo que eu me mate e ela se culpa por ser uma mãe ruim. No fundo, ela se acha uma mãe ruim e é tudo culpa minha porque eu jogo essas coisas na cara dela para magoá-la quando nós brigamos e ela me magoa.
-Coitada! Sinto tanta dó. Você não sente dó?
-Se eu sinto? MUITA!!! No dia que ela ficou bêbada foi horrível. Foi, basicamente, o pior dia da minha vida. Claro que ela não sabe que foi tão horrível para mim, porque eu nem falo disso com ela e quando ela fala, ela acha graça. Mas foi horrível para mim. E quando ela se abre comigo e conta as fragilidades dela, o meu mundo desaba. Eu sinto vontade de carregá-la no colo, mas eu mal consigo me sustentar. Eu queria ser igual a você. Igualzinha, Kath. Você é tão lutadora quanto ela e não é fraca e não desiste das coisas no meio, como eu faço. Você parece ser tão forte e eu sinto muita inveja de você. De um jeito bom, não de um jeito ruim, mas é inveja mesmo. Eu queria ser igual a você...
-Relaxa, eu sei o que você quer dizer, Karina. Ficou até bonito ouvir isso tudo. Você realmente tem jeito com as palavras. Está aí uma oportunidade que eu acho que você não deveria desperdiçar. Escreva um livro, faça uma faculdade que desenvolva ainda mais o seu potencia. Na época que eu saia com o Luiz, eu não era uma boa filha. Na noite de páscoa de 2006, quando ela contou para a gente a forma como o papai realmente morreu, a minha visão de mundo se transformou e em relação a ela, tudo mudou.
-Eu sei, em mim também.
-Deve ser muito ruim guardar um segredo tão grande assim. Então, eu resolvi fazer de tudo na minha vida para fazê-la feliz. Essa virou minha meta de vida, praticamente. Tudo o que eu faço, eu penso antes se vai fazê-la feliz. Por isso ela sente tanto orgulho de mim. Porque eu faço coisas que eu não me sinto bem, às vezes, mas eu sei que ela vai se sentir bem.
-Eu sei, por isso eu queria ser igual a você.
-Karina, eu acho que eu me sacrifico muito. Você poderia se sacrificar também, se você quiser.
-Eu sei. Eu tento, mas quando eu começo a me sacrificar demais, trabalhar demais, ficar muito estressada, eu tenho um curto circuito e entro em depressão.
-Precisa tentar mudar isso em você.
-Ela se sacrifica tanto por nós duas e eu me sinto uma folgada. É basicamente o que ela deve pensar de mim e o que você deve pensar de mim também, porque é isso o que eu sou. Eu pulo fora do barco quando a coisa tá ficando preta.
-Eu só não entendo o porquê. Não pode! Acho que ajudaria se você se espelhasse em alguém mais forte. Às vezes, eu acho que estou onde ainda estou por causa de Marília.
-Eu sinto falta de amizades verdadeiras, que me incentivem, que me coloquem para cima. Eu tenho poucas amigas verdadeiras.
-Ih, relaxa. Essa coisa de amizade verdadeira, eu, às vezes, acho uma besteira.
-Por quê?
-Ah, sei lá, mas acho que você não deve se apegar tanto a essas pessoas. Às vezes, eu acho que minha amizade com Marília é assim, muito de interesses. Uma tem interesses na outra. Eu quero me formar, ela me ajuda a estudar e tal. Ela quer sair de Curitiba e ir para São Paulo depois que se formar, por isso ela anda comigo. Porque ela sabe que eu posso dar suporte para ela em relação a isso. Eu a adoro. Gosto muito mesmo, mas muitas vezes, eu vejo as coisas dessa maneira.
-Entendo. Eu concordo com você.
-Ah, olha que básico, a Marília acabou de me mandar uma mensagem no celular dizendo que o namorado australiano dela comprou uma passagem para ela ir à Austrália no meio do ano.

Karina deu risada.

-Que legal! Muitas pessoas não têm a sorte que ela tem.
-Pois é.
-Karina, tenho que desligar, tenho que estudar. Ainda não estudei nada hoje.
-Tudo bem , Kath. Bons estudos.
-Beijos
-Beijos.
-Tchau.

Karina desligou o telefone e foi para a varanda fumar outro cigarro. Ficou pensando em tudo o que havia conversado com Katherine ao telefone e ficou vendo a lua nascer no céu já escuro. 


Por Jéssica

Rotina inacabada.

                                                                               
A luz do sol invadia seu quarto. Nem as cortinas ofuscavam aquela luz. Apesar da claridade do sol, seu quarto continuava frio. Ela abriu os olhos com dificuldade e aos poucos ia se acostumando com a luz. Sentia a ressaca da noite passada. Lentamente ia se lembrando do sonho que teve. Fazia tempo que não sonhava com ele. Fazia tempo que não se lembrava dele. Fazia tempo que não sentia nada por ele, mas aquele sonho acabou com o jejum por ele. Aquele sonho fez ela perceber o que ela tinha se tornado sem ele.
Colocou o cd do Duran Duran no som e ficou ouvindo repetitivamente a mesma música e cantava alto o refrão Who do you need, Who do you Love when you come undone?
Já havia mais de sete meses desde a última conversa, gritaria, baixaria e do término de tudo aquilo e ela, aparentemente, superou bem o luto da perda dele. Entretanto, havia algo que a deixou desnorteada de tudo em volta dela. Ela não era mais a mesma.
Depois de acordar e de se recuperar de suas ressacas matinais, sua companhia eram Caio Fernando Abreu, Clarisse Lispector e Machado de Assis.
À noite se tornaram mais frias e longas naquele inverno e ela as passava na varanda, bebendo uma garrafa de vinho qualquer e fumando um maço de cigarros. Ficava bêbada, ia para o banheiro vomitar e depois ia para a cama dormir.
Ela acordava com a claridade da luz do sol que entrava pela janela e sabia que na noite anterior não havia só vomitado o vinho. Ela colocava para fora também toda a sua melancolia, seus fracassos, suas amarguras e suas magoas que estavam presas dentro de sua alma e não saiam de outro jeito.
Uma noite, enquanto bebia o vinho e fumava um cigarro, ela começou a pensar em ligar para ele e dizer para ele como ele arruinou a vida dela. Depois de mais um gole de vinho, sentiu uma súbita raiva porque percebeu que quem estragou até então a vida dela foi ela mesmo. O pior é que foi tudo em vão. Amassou o cigarro e acendeu outro em seguida. Sentia a necessidade de culpar alguém pela vida medíocre que levava. Mas não havia mais ninguém a culpar a não ser ela mesma e essa culpa estava sufocando-a.
Ela ficava se perguntando se ele estaria feliz agora e sentia inveja daquilo, pois era o que ela mais desejava naquele momento. Ela não se sentia triste, mas também não se sentia feliz. A única coisa que ela sentia há um bom tempo era indiferença. Indiferença de tudo e de todos. Nada havia sentido algum.
Ela conseguia se lembrar de quando era uma criança feliz e tinha sonhos e esperanças e não entendia o porquê de todo esse sentimento bom ter simplesmente evaporado de sua vida assim, sem mais, sem menos.
Sua mãe nunca a amou o suficiente. O pai dela nunca manteve contato com ela. Mas isso não a impediu de ser uma criança feliz. Ela criou o seu próprio mundo e nele ela vivia feliz e esperançosa de que a vida era melhor do que ela imaginava. Isso a manteve feliz por muito tempo. Entretanto, com o tempo a mágica foi passando e o que sobrou foi o preto e branco, a falta de sentido. Se a vida é colorida, então ela era transparente.
Assim ela vivia seus dias e noites, numa espécie de rotina inacabada, incontrolável, que nem ela se dava conta.
Tinha uma vida assim, começada, mas não saia dessa rotina inacabável. Era uma vida sem sentido. O desespero pelo sentido não a levava a lugar nenhum e jamais iria levar. A vida tem dessas coisas. Ela acontece sem nada ser esperado ou desesperado.

Por Jéssica


segunda-feira, 2 de maio de 2011

Amor da minha vida...

Amor da minha vida,
Você transformou minha noite triste em dia
É com você que eu quero estar até o fim.
Você já se tornou parte de mim

Quando você estiver triste e sozinha
Pensa em mim porque eu estou pensando em você
E nos dias frios enquanto você caminha
Tenha a certeza que é você com quem eu quero viver.

Essa noite eu fiquei olhando para a lua.
E tive a certeza de que eu sou só sua
Nessa vida, num caminho qualquer
Eu terei você ao meu lado, se Deus quiser

E eu tenho a certeza que Deus abençoa o nosso amor.
Porque desde quando eu te conheci, eu não sei mais o que é dor
E por você, eu espero o tempo que for necessário
Para viver com você sempre ao meu lado.

Por Jéssica

sábado, 30 de abril de 2011

Amar você...

Amar você me mantém viva.
É saber que você é a razão da minha vida.
Amar você é sofrer com a sua ausência.
É sentir esse amor na sua própria essência.
Amar você não nos priva das nossas brigas.
Mesmo assim você nunca deixou de ser minha querida.
E mesmo com tanto amor, eu já te odiei por alguns segundos.
Mas nunca duvide que o meu amor por você é o maior do mundo.
Amar você é te admirar, mesmo você tendo os seus defeitos.
Porém eu te amo de qualquer forma e jeito.
Quando você me abraça, eu me sinto protegida.
E eu me esqueço de todas as vezes que eu fui ferida.
Quando você está longe, eu me sinto incompleta.
É como, de alguma forma, me faltasse uma peça.
E aí você chega e coloca um fim nisso.
E a gente sorri e esquece de tudo isso.
Enfim, eu só quero que você saiba que por mim,
Seremos sempre eu e você até o fim.





* Poesia feita para a mulher mais incrível, corajosa, forte, extraordinária, batalhadora e mais amada do mundo, a minha mãe! TE AMO, MÃE!!!

Por Jéssica

terça-feira, 8 de março de 2011

Eu sou um ninguém.

Eu preciso mostrar ao mundo que visto roupas da moda, de grifes caras, para mostrar que tem um bom gosto para roupas.
Eu preciso falar ao mundo sobre as minhas viagens pelo Brasil e no exterior, para mostrar que sou bem viajado e conheço diferentes culturas.
Eu preciso mostrar ao mundo os livros que leio, meus autores preferidos citações prediletas, para mostrar ao mundo que eu sou cult.
Eu preciso mostrar ao mundo os meus tipos de música preferidas, cantores a bandas que escuto, para mostrar ao mundo que eu tenho um bom gosto musical.
Eu preciso mostrar ao mundo que estudo em uma boa faculdade, para mostrar ao mundo que tenho um bom futuro,
Eu preciso mostrar ao mundo que tenho um carro, para que os outros saibam que eu não ando com a ralé.
Eu preciso mostrar ao mundo que tenho muitos amigos, para que as pessoas saibam que eu não sou solitário.
Eu preciso mostrar ao mundo os lugares que frequento, bares e baladas que estão em alta, para mostrar ao mundo que eu tenho uma vida social.
Eu preciso mostrar ao mundo que eu assisto muitos filmes, vou ao teatro e a exposições, para mostrar a todos que entendo de arte.
Eu preciso mostrar ao mundo que tenho um namorado, para que não pensem que eu vou morrer sozinha.
Enfim, eu preciso falar ao mundo... mostrar ao mundo...
Pois se assim não fizer, eu me torno ninguém.

Por Jéssica


segunda-feira, 7 de março de 2011

A felicidade é uma ilusão.

Meu nome é Amanda. Significa digna de ser amada. Não tive muito tempo de ser amada pelos meus pais, pois ambos morreram em um acidente de carro quando eu tinha apenas dois anos. Meus avós maternos me adotaram após o falecimento de meus pais e eu comecei a morar com eles no interior de São Paulo a partir de então.
            Não sei se por causa da idade ou se era mesmo o jeito deles, eles eram carrancudos e impacientes comigo desde quando eu me entendo por gente.
            Apesar de ter herdado uma fortuna de meus pais, meus avós maternos me matricularam em colégios estaduais a vida inteira. Eles diziam que eram para poupar a herança para algo mais importante. Ora, o que há de ser mais importante que a educação de uma pessoa?
 Foi no colégio que conheci Bruno. Por acaso, Bruno era meu vizinho, mas só o conheci quando comecei a freqüentar a escola, quando eu tinha seis anos de idade. Desde quando nos conhecemos, viramos melhores amigos. Logo os coleguinhas de classe começaram a zombar de nossa amizade.
            - Olha os dois namoradinhos. Só falta dar beijinhos.
            Eu não me incomodava com as brincadeiras. Bruno queria bater em todos que falassem isso.
            Eu e Bruno crescemos juntos. Bem antes da adolescência, eu já sentia algo diferente por Bruno, mas foi na adolescência que esse sentimento se tornou mais forte.
            Um certo dia, eu estava embaixo de uma macieira, com uma faca na mão, descascando uma maçã para come-la. Olhei para o tronco da árvore e tive uma idéia maluca de escrever o meu nome e o nome de Bruno dentro de um coração, para gravar o meu amor por ele na árvore. Usei a faca para gravar nossos nomes no tronco da macieira. Quando estava finalmente acabando, ouvi um barulho.
            -BUU!
            - Ai, que susto, Bruno.
            - O que a senhora está fazendo?
            -Eu? Nada.
Tentei esconder com a mão o que escrevi na árvore, mas Bruno foi mais forte e tirou minha mão da frente da gravura e viu nossos nomes dentro de um coração inacabado. Quando Bruno viu aquilo, ele ficou pasmo. Ficamos nos olhando durante um tempo. Quanto tempo ficamos nos olhando, eu não sei, mas foi o suficiente para sentir meu coração disparar e passar mil pensamentos na minha cabeça.
Ele pegou na minha mão e disse:
-Vamos embora. Sua avó está a sua procura.
E voltamos para casa de meus avós de mãos dadas. Na frente da porta da casa de meus avós, fui me despedir dele, ele se aproximou de mim e me beijou os lábios, disse que me amava e me desejou uma boa noite. Foi um dos momentos mais felizes de minha vida. Deve ter durado dois minutos, até minha avó gritar da janela:
-Menina, entre agora para casa.
Entrei e escutei um sermão da velha.
-Você fica a namorar aquele pobre menino sem futuro, que só está de olho em sua fortuna. Deixe de ser boba. Você há de encontrar outro rapaz que seja digno do seu amor e você será digna de ser amada por ele.
A minha avó me disse mais um bocado de coisas que eu não me lembro agora. Depois que ela terminou, pedi permissão para ir dormir em meu quarto. Ela fez um barulho confirmando a sua permissão e fui dormir.
A partir daquele dia, eu e Bruno começamos a namorar escondido de meus avós, pois não tinha a aprovação deles. Bruno foi meu único e eterno namorado. Estudávamos juntos todas as tardes para passar no vestibular. Bruno era muito inteligente e me ensinou muitas coisas. Nessa época, tínhamos dezessete anos. Ambos passamos na Universidade de São Paulo, a conhecida, USP. Eu passei para medicina e ele para Ciências Econômicas. Fui morar em uma republica dentro da própria USP e ele fez o mesmo.
Formamos-nos e logo começamos a trabalhar. Após formados, eu comprei uma casa com o dinheiro de meus pais no bairro da Liberdade. Bruno veio morar comigo e seis meses depois, nos casamos, em 1997. Ambos tínhamos 25 anos. Em 1999, nasceu minha filha, Bárbara. Quando a vi, foi um dos poucos momentos mais felizes de minha vida. Mirei-a durante dois minutos e depois a levaram de mim.
 Fiquei um ano sem trabalhar, só cuidando de Bárbara e depois contratei uma babá, Isabela, para cuidar do meu bebê.  
Isabela era uma moça bonita. Morena, olhos verdes, cabelos longos e lisos. Era uma doçura de pessoa. Ela dormia em um quartinho que havia nos fundos da casa. Isso era preciso, pois, muitas vezes, eu tinha que dar plantões noturnos e não podia ficar com Bárbara durante a noite.
Meu casamento com Bruno era perfeito. Ele era um homem amoroso, paciente, dedicado. Uma das únicas vezes que a gente brigou foi quando ele reclamou que eu trabalhava demais e não dava muita atenção para minha filha e muito menos para ele. Eu dizia que eram ossos do ofício.
Em setembro de 2001, Bruno viajou para os Estados Unidos devido a alguns negócios de seu trabalho. Dia dez de dezembro, ele me ligou para dizer que no dia seguinte iria ao World Trade Center com dois parceiros de trabalho, em Nova Iorque, Também me disse que a cidade era linda, agitada, moderna. Antes de desligar, disse-me mais que sentia a minha falta.
No dia seguinte, quem diria, houve o atentado contra as torres gêmeas. Quando fiquei sabendo, liguei para o hotel onde meu marido estava hospedado, na esperança de que ele não fora ao World Trade Center. Falei com Felipe, um dos sócios de meu marido que me dissera que estava doente e não pode ir lá, mas que meu marido e o outro sócio fora. Quando ele me disse isso me desabei a chorar. Entrei em desespero atrás de noticias de Bruno por meses, mas não houve nenhuma. Nem o corpo de Bruno foi encontrado. Por isso, não pude dar um enterro digno para ele.
Bárbara perguntava sempre pelo pai e eu dizia que ele estava viajando. Meus avós me aconselharam a dizer isso até que ela completasse anos suficientes para entender que o pai morrera.
No final do mesmo mês de setembro de 2001, eu fui diagnosticada com pneumonia e fui parar a no hospital. Foi quando eu descobri que pegara o vírus HIV. Quando os médicos me disseram meu quadro clínico, mal pude acreditar. Bruno fora o único homem de minha vida. Como peguei o vírus?
Liguei para irmã de Bruno e lhe contei a situação e pedi para que ficassem com Bárbara enquanto eu estava no hospital. Dispensei Isabela, que foi aos prantos no outro dia me visitar.
-É tudo culpa minha, Dona Amanda, é tudo culpa minha da senhora estar doente. Eu também estou. Passei o vírus para a senhora. A senhora, por favor, me perdoe.
Eu não entendi nada daquilo, mas disse que a perdoava. O que passou primeiramente na minha cabeça foi que a criatura pensava que o vírus se passava pelo ar.
Fiquei no hospital tempo suficiente para meditar sobre alguns fatos.
A primeira delas foi que finalmente entendi o porquê de Isabela pedir meu perdão. Ironicamente veio o significado do meu nome na minha cabeça e indaguei-me mentalmente:
-Será que Bruno realmente me amou algum dia? Quem ama não trai, ou trai?
A segunda foi uma frase já feita na minha cabeça, que apareceu do nada.
“A felicidade é uma ilusão”
Ela não passa de alguns momentos que você vive na vida. Momentos curtos, que simplesmente passam na sua vida como brisas em um dia de verão.
De acordo com o dicionário, ilusão significa:
1 Engano. 2 O que dura pouco. 3 Percepção distorcida de um objeto. 4 sonho.
Eis tudo o que foi o meu relacionamento com Bruno, desde o começo até o fim.
Quando Bruno dizia que me amava, eu estava sendo iludida, era um engano tudo aquilo.
Os poucos momentos que relatei de felicidade na minha vida duraram poucos minutos.
O Objeto que foi teve a percepção distorcida fora o amor de Bruno, que agora tenho que concordar com minha velha avó, era apenas interesse no meu dinheiro. Não era amor de verdade, motivo já escrito do porquê não fora real.
Sonho foi todo o meu relacionamento com Bruno, desde o começo. Nosso casamento fora perfeito. Foi tudo um lindo sonho. Sonho lindo que se foi...
Enfim, apesar do meu primeiro e único amor ter me traído com a babá, eu jamais deixei de amá-lo, porque apesar de tudo, os melhores e mais felizes momentos da minha vida foram vividos com ele.
Definitivamente, a felicidade é uma ilusão

Por Jéssica.
  

sábado, 5 de março de 2011

O meu primeiro amor

Naquele dia a lua estava cheia
Eram quase onze e meia
Você se aproximou e disse assim:
-Eu te quero para mim.
E sussurrou no meu pescoço:
-Que perfume gostoso.
Olhou bem nos meus olhos e me deu um beijo.
Era primeiro de fevereiro.
E assim começou a nossa história.
Fotos, brigas e versos ficaram na memória.
Dois anos passaram rápido.
Você se tornou o meu hábito.
Então um dia você falou, enfim:
-Esse é nosso trágico fim.
Meu mundo desmoronou.
E eu entendi que o nosso amor acabou.
Eu demorei três meses para superar a dor
Do que foi o meu primeiro amor.

Por Jéssica

sexta-feira, 4 de março de 2011

Um amor que não foi feito para durar....

Naquela época, Angélica tinha 12 anos, Cursava a sexta série do ensino fundamental em no ano de 2000. Era uma menina de poucas amizades. Sua melhor amiga, Rafaela, era quem a dava ânimo para ir à escola.
Um certo dia, a coordenadora foi na classe de Angélica falar sobre um acampamento que aconteceria nos meados de abril. Angélica nunca foi muito interessada em acampamentos, mas Rafaela a convenceu de ir.
Angélica ia e voltava da escola para casa de transporte escolar. O assunto das meninas naquele momento, e em muitos outros que Angélica presenciara era sobre um menino chamado André. Todas as meninas que iam de transporte escolar junto com Angélica o adoravam, falavam mil coisas sobre ele e Angélica começou a ficar curiosa para saber quem era esse tal André que nunca vera antes.
André era um menino comum. De estatura baixa, cabelos lisos pretos, olhos pretos como o céu no inverno e a pele clara como a neve.
Angélica interessada em saber quem era o tal menino que todas as meninas falavam sobre, descobriu que ele estudava na mesma escola e na mesma serie que ela, mas de tarde, Angélica estudara de manhã.
Angélica nunca foi de prestar atenção em quem entrava ou saia do carro, mas a partir de então começou a prestar atenção para saber quem era o tal menino e um dia o viu saindo do carro, pegando sua mochila e indo para a sua classe, de onde Angélica havia saído fazia trinta minutos.
Chegou o mês de abril e com isso o acampamento. Foi a primeira vez que Angélica dormira fora de casa.
Quando chegou no estacionamento da escola, encontrou Rafaela toda animada, as duas esperando o ônibus chegar para levar elas e todas as outras crianças para uma cidade no interior, onde ficariam acampados.
Para sua surpresa, Angélica viu André junto a uma mulher mais velha, ambos esperando também pelo o ônibus. Aquilo animara Angélica. Finalmente teria a oportunidade de conhecer o famoso André.
Todos embarcaram no ônibus e foram animados para o acampamento.
Chegando ao acampamento, todos foram devidamente alojados.
Um dia depois, na beira da lagoa um grupo de estudantes que queriam andar de canoa. Rafaela e Angélica se aproximaram e logo Angélica mirou André no meio do grupo de estudantes.
Rafaela era extrovertida e simpática e logo fez amizade com o grupo que ali estavam.
André olhou para Angélica e falou:
- Vem aqui, eu quero te contar um segredo.
Angélica toda surpresa chegou perto de André. Ele chegou perto da orelha de Angélica e arrotou.
- Que idiota você é! – Falou Angélica inconformada.
E André caiu na gargalhada.
No outro dia de tarde, o grupo de estudantes foram fazer uma trilha pelo lugar onde estavam acampados e chegaram numa ponte de cordas. A coordenadora desafiou os alunos a passarem por ela, e alguns tiveram coragem de atravessá-la. Um desses foi André.
Depois que André atravessou a ponte de corda e voltou para ver os outros alunos atravessarem também, Angélica chegou perto de André e falou:
-Nossa, como você teve coragem de atravessar a ponte sem cair?
-Não é tão difícil como parece.
-Você vai para escola com o transporte escolar do tio José, não é?
-Como você sabe?
-Eu também vou, mas eu estudo de manhã e você estuda a tarde, por isso nós nunca nos encontramos. As meninas falam bastante sobre você.
-Sério? Bem ou mal?
=Muito bem.
-Qual é seu nome?
-Angélica. E o seu é André, não é?
-Isso, é isso mesmo.

A partir dessa conversa, os três começaram a andar juntos pelo acampamento inteiro. Angélica, Rafaela e André.

No ultimo dia de acampamento, quando estavam voltando para a escola, Angélica queria ir sentada ao lado de André, mas não foi. Foi uma poltrona atrás dele.
A partir de então, Angélica sempre observara André sair do transporte escolar para ir à escola e ela entrava no carro para ir para casa. Tentou criar coragem para falar com ele, mas as palavras não saiam de sua boca. Foi quando ela percebeu que ela era mais uma tonta do transporte escolar apaixonada por André.
Angélica começou a fazer informática a tarde para voltar com André ao mesmo tempo para a casa.
Algumas vezes eles conversavam, outras ele simplesmente a ignorava. Isso fazia o humor de Angélica alterar de alegre a frustrada.
Um dia, quando os dois sentaram juntos na mesma poltrona do carro, os dois vieram conversando e André falou:
-Você é diferente de todas as meninas que eu já conheci.
-Como assim? Isso é bom ou ruim.
-Não sei explicar, mas é algo bom.

O coração de Angélica bateu forte e se o céu fosse ali, naquele momento, era ali que ela gostaria de estar eternamente.

O tempo foi passando, e finalmente 2001 chegou. Férias escolares eram sempre um tédio para Angélica. Mas, passou rápido.
Chegou o fim das férias escolares e o retorno das aulas. Agora Angélica estava na sétima serie. Para sua surpresa, agora André estava estudando em sua sala. A escola só iria ter turmas de manhã agora e todos os alunos que estudavam de tarde, começaram a estudar de manhã. André e Carlos ficaram na sala de Angélica.
Agora Angélica estava mais enturmada e tinha mais amigas que sabiam sobre os seus sentimentos pelo André. Todas elas zombaram da cara de Angélica por André estar na mesma turma que a dela. Os dois ficaram muito envergonhados, mas foi só pelos primeiros dias.
Conforme o tempo foi passando, os dois ficaram mais a vontade estudando um na turma do outro. André sentava ao lado de Angélica e sempre a mirava, o que a deixava feliz, mas ao mesmo tempo a incomodava, porque ela não podia prestar atenção na aula.
As vezes, Angélica percebia André um pouco triste e não tinha idéia do porquê.
Até que um dia André não foi mais para a escola. Seu amigo, Carlos, veio contar para Angélica o que aconteceu.

-André fugiu de casa, porque seu pai estava muito violento com ele, batendo muito nele, e ele resolveu fugir de casa e veio para a minha. Nós ligamos para a mãe dele que mora em Natal, para vir buscá-lo e enquanto a mãe dele não vem, ele fica na minha casa.
=Nossa, Carlos, que horror. Mas, André não vem mais para a escola.
- Creio que não, Angélica.

Os olhos de Angélica encheram de lágrimas e ela saiu correndo para o banheiro para chorar.

E foi assim que Angélica perdeu contato com André por muitos anos.
Os anos se passaram e Angélica virou uma mulher. Nunca mais soube sobre André, mas sempre sonhava com ele. Apear disso, Angélica sonhava sempre com ele, mesmo namorando outros homens.
Até que um dia, em 2010, angélica tinha 22 anos, Angélica foi procurar o nome de André nas redes sociais para ver se encontrava algo sobre ele. E encontrou. Encontrou seu perfil em uma rede social e descobriu que ele passou na Universidade Federal de Natal para administração. Toda contente, ela entrou em contato com ele e um dia depois ele respondeu dizendo estar feliz por ela ter o encontrado.
Mas André estava namorando... O que deixou Angélica meio chateada,
Os dois trocaram e-mails e começaram a se falar por um programa de mensagens instantâneas.
Angélica se declarou para ele. Disse que o amava, Disse que nunca deixou de amá-lo. Contou sobre os sonhos que tivera com ele ao longo desses anos.
André ficou pasmo, mas ficou feliz. Ele terminou com a namorada, pois eles tiveram uma briga feia. E André começou a falar com Angélica pelo telefone. As conversas eram intensas. Muitas declarações de amor de ambos os lados. Até que André resolveu vir para São Paulo. André pediu Angélica em namoro antes de vir a São Paulo e Angélica aceitou.
Entretanto, Angélica foi um dia para balada e ficou com um homem. Foi coisa de uma noite apenas, nada mais.
André veio para São Paulo e encontrou Angélica no terminal de ônibus.Para sua surpresa, Angélica não era mais aquela menina esbelta que era na época da escola. Havia engordado uns 30 quilos. Estava um pouco acima do tempo, mas isso não o impediu de dar um beijo em Angélica. Angélica sabia que realizara um sonho de muito tempo.
Enquanto estavam indo para a faculdade de Angélica, pois ela tinha que resolver alguns problemas por lá, no ônibus, Angélica contou para André que saiu e beijou outro homem depois que André o pediu em namoro pelo telefone. André ficou pasmo e muito irritado.
- Se eu soubesse que você iria fazer isso, eu teria aproveitado e beijado outras meninas lá em Natal.
-Desculpa André, mas não significou nada pra mim e não quer dizer que eu vá fazer isso de novo.
André tentou transformar o clima ruim que estava no ar e ficou mais agradável e fingiu que não escutou nada daquilo.
Angélica resolveu os problemas na faculdade e foi com André para uma lanchonete para comer batatas fritas e beber coca-cola. Os dois conversaram normalmente sobre muitas coisas, até que Angélica pediu para sua mãe ir buscá-la na faculdade. André insistiu que eles voltassem de ônibus, para irem conversando, mas Angélica não quis.
No fim, sua mãe foi buscá-la e os voltaram de carro. A mãe de Angélica deixou André na casa de seu pai. Angélica saiu do carro para se despedir, eles se beijaram rapidamente e André entrou.
Essa foi a ultima vez que Angélica vira André. Durante toda a semana, Angélica tentou falar com André, mas André simplesmente a ignorou.
Depois de uma semana, André voltou para Natal.

Alguns dias depois, a então ex-namorada de André adicionou o email de Angélica no programa de mensagens instantâneas.
Angélica começou o dialogo:
-Oi. Tudo bem, Hellen?
-Oi, Tudo e com você??
-Tudo bem também. Tem algo que posso ajudá-la?
-Na verdade, eu queria conversar com você sobre o André.
-Pode falar, Hellen.
-Quando ele foi para São Paulo, vocês se viram?
-Sim, nos vimos.
-Vocês se beijaram??
-Sim, Hellen, nos beijamos. Por que?
-Porque quando ele foi para São Paulo, nós já havíamos nos entendido e voltamos a namorar. Ele me disse que não te viu e menos ainda te beijou. Ele mentiu para mim.
-Não foi só para você que ele mentiu. Ele mentiu para mim também.


As duas ficaram conversando e Angélica percebeu que o que fez não foi tão errado, porque André havia feito a mesma coisa, se não pior.
Depois de tudo isso, Angélica parou de sonhar com André.
E esse foi o fim de um romance que não foi feito para durar.

Por Jéssica